top of page

Acontece

  • cRio

1 em cada 3 perdeu ao menos metade da renda, diz estudo

Atualizado: 12 de jun. de 2020

Metade dos entrevistados teve alguma redução


Rafael Rosas*



A pandemia, o isolamento social e os efeitos sobre a economia já afetam a renda de mais da metade dos consumidores entrevistados pela ESPM. O estudo, obtido pelo Valor mostra que 52% dos 1.200 pesquisados em 12 unidades da federação tiveram redução de renda, enquanto para 31% das pessoas esse recuo nos rendimentos foi de 50% ou mais.


“A gente sabe que fazendo pesquisa on-line pega um público que puxa um pouco mais para cima. Se você imagina que nesse grupo tem esse impacto, imagina o resto”, diz Karine Karam, pesquisadora do cRio ESPM.


O levantamento foi encerrado no dia 15 de maio e incluiu as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Goiânia, Manaus, Fortaleza, São Luís, Salvador, Rio Branco e Belém.


Karine afirma que é perceptível, com base nas informações sobre ações de desligamento de diversas empresas de vários setores da economia, que esse impacto está sendo crescente no emprego e renda. “A gente teve uma frenagem brusca do consumo, a gente foi obrigado a ficar em casa, o comércio foi obrigado a fechar. Qual o impacto para a indústria? Queda de receita. Qual é o impacto inicial pra gente? Não poder comprar. Então as empresas correram para a digitalização. Esse foi o primeiro momento da pandemia”, diz ela.


A seguir, Karine diz que, a partir do momento em que as receitas começaram a cair, as companhias começaram a fazer reestruturações para conseguir passar o período de crise. “No momento em que as pessoas têm redução salarial e, na pior das hipóteses, a perda do emprego, há uma segunda frenagem do consumo”, ressalta a pesquisadora.


A especialista analisa ainda um terceiro efeito, que é a reflexão sobre a forma como consumir. Nesse sentido, ela cita outra pesquisa da ESPM, com 30 entrevistas no Brasil, sendo seis em cada uma das cinco regiões do país, especificamente sobre formas de consumo. Karine explica que, nessa amostra, um terço afirmou estar consumindo de forma mais moderada e consciente.

“A consciência no consumo é pensar melhor, ver o que de fato precisamos. Com o deslocamento se deslocando da rua para casa, alguns segmentos faturaram mais”, afirma Karine ao explicar essa mudança no perfil dos consumidores. “Em tudo que está relacionado ao bem-estar em casa, o consumo melhor: o lençol melhor, máquina de lavar louça, a cadeira melhor. Tudo ligado ao home office melhora”, completa, lembrando que o consumo se deslocou da rua para a casa.


A pesquisa, que ainda está em fase de tabulação, vai além dos efeitos sobre a renda. Karine revela que 30% dos entrevistados afirmaram estar consumindo mais bebida alcóolica e que 69% das mulheres estão se sentindo mais sobrecarregadas ao ter que conciliar trabalho, escola dos filhos e tarefas domésticas.


Karine ressalta que, nesse ambiente de maior sobrecarga, os entrevistados buscam dar maior atenção ao que consideram mais positivo durante o isolamento. “A gente pergunta o que é mais positivo e as respostas apontam que é estar mais perto dos filhos e da família”, diz.

*Matéria publicada no Valor Econômico – dia 25/5/2020


*Repórter do Valor Econômico

18 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page